sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Aspectos da Sobrevivência – Orientação



Graça e paz a todos! Hoje continuamos com a nossa série sobre os Aspectos da Sobrevivência. Veremos hoje o Aspecto Orientação!


Introdução
Saber chegar de um ponto ao outro com claro conhecimento: essa é a premissa fundamental da orientação. Desde tempos antigos, a orientação sempre foi de fundamental importância para a Humanidade: orientação pelas estrelas (constelações), orientação pelo sol, consulta a adivinhos e sacerdotes… sempre se buscou saber a direção certa.

Em meados do século XV d.C, os navegantes lusitanos passaram a utilizarem-se das bússolas e astrolábios para se orientarem (a bússola para saber onde era o norte e o astrolábio para se saber qual a distância entre o local onde estavam e o sol e assim poderem traçar a sua própria posição no globo). Desses dois instrumentos de orientação, preparadores e sobrevivencialistas costumam utilizar a bússola, afinal ela permite que nós saibamos onde fica o chamado Polo Magnético Norte e a partir daí, podemos tirar os pontos cardeais e escolhermos a direção a ser tomada.

Pela noite, pode-se também tomar as estrelas como direção: no Hemisfério Sul (praticamente 95% do Brasil está nele) existe a famosíssima constelação de Cruzeiro do Sul de onde pode-se descobrir para onde é o sul. Mas atenção: existe (também) no Hemisfério Sul, uma constelação chamada Falsa Cruz (ou Falso Cruzeiro), ela se parece com o Cruzeiro do Sul, mas é facilmente descoberta, pois a Falsa Cruz tem quatro estrelas e o Cruzeiro do Sul possui cinco como você pode conferir abaixo:



A quinta estrela do Cruzeiro do Sul, chama-se Epsilon, ou Intrometida e é ela quem diferencia as duas constelações. Basta pegar o “braço” mais longo da constelação do Cruzeiro do Sul e seguir o “rastro” exatamente como na figura abaixo:



Também é possível descobrir os pontos cardeais em plena luz do dia, esse vídeo do Gasparello do Canal Tocandira é esclarecedor:



Também do Canal Tocandira, existe esse vídeo falando sobre como utilizar uma bússola:



Outras Maneiras de Orientação
Além da orientação por pontos cardeais, também é possível orientar-se ao estilo “João e Maria”. Como? Quando estiver andando por uma trilha, você pode sinalizar a trilha amarrando pedaços de cordas em troncos pelo caminho, ou (na falta de cordas) pode ser “esgana-gatos” ou similares.

Além disso é possível andar pelas trilhas se guiando por bússola como no Canal Tocandira:



Despedida

No mais é isso! Até a próxima, fiquem com Deus!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Auto-Suficiência: Uma Conversa Franca



Graça e paz á todos! Hoje venho levantar uma questão importante: a (ben) dita auto-suficiência. Em canais e em textos de sobrevivencialismo e preparação, vemos como esse tema é importante e eu reconheço que a auto-suficiência DEVE ser buscada, embora seja algo INATINGÍVEL!

Mas calma! Nada está perdido! Escreverei exatamente porquê a auto-suficiência DEVE ser buscada, embora nunca possa ser totalmente atingida.

Vamos lá?


Tipo Ideal
Em sociologia, em algum momento estuda-se Max Weber. Este grande intelectual, apontava que toda sociedade possui o “Tipo Ideal”: um modelo de indivíduo que possui características que todos nessa sociedade admiram e desejam ter/ser e que os indivíduos dessa mesma sociedade buscam alcançar para terem/serem.

Maximilian Karl Weber (Max Weber) 1864-1920

Eu pego o Tipo Ideal de Weber e translado para o Sobrevivencialismo e Preparação, mas precisamente para a auto-suficiência: deve ser buscada, mas é inatingível. Inatingível? Sim, exato e eu explico: o custo da auto-suficiência é altíssimo! Imagine ter que fabricar as suas próprias ferramentas do zero: tendo que minerar a terra em busca de minérios como a hematita para depois submetê-la a um processo de oxidação para então obter o ferro! Então, ter que construir um forno de barro, coletar quilos e mais quilos de lenha para aquecer o dito forno, onde você então pegará o ferro e o aquecerá em uma temperatura igual ou superior a 700º Celsius para então começar a moldá-lo para enfim criar uma ferramenta para poder trabalhar no campo!

Consegue entender o que quero dizer com “inatingível”? Mas claro, pegando emprestado o conceito do Tipo Ideal, descrito por Max Weber, podemos nos aproximar da auto-suficiência, mas como? No caso da agricultura, podemos criar um armazém com ferramentas em grande quantidade e com uma boa qualidade para atender as demandas nos trabalhos do campo por anos! Ferramentas de aço inox, por exemplo, são uma boa pedida nesse exemplo.


Como Buscar a Auto-Suficiência?
  • Planejamento
  • Estocagem
  • Custo

Vou explicar cada um desses itens em separado. Não farei uma explanação longa, mas direi apenas detalhes importantes e que podem ser utilizados para ferramentas, comida, água, roupas, sementes, animais…

  • Planejamento: nas academias de administração, ensina-se (entre outras coisas) a trabalhar com ERP, ERP II e similares. Essas ferramentas de gestão, permitem as organizações planejarem quanto e quando precisarão de matérias-primas para a sua produção. O que você produz para ser auto-suficiente? Dá para suprir as suas necessidades? E as necessidades dos que convivem com você? Quanto você e outras pessoas gastam em consumo diário de comida, materiais de higiene básica e outros? Como você consegue calcular os custos (financeiros), o tempo e o espaço necessários para produzir o necessário para a sua auto-suficiência? Um bom planejamento é a chave para isso. Caso você não saiba por onde começar, não se preocupe: logo mais estarei postando algo aqui no blog sobre isso!

  • Estocagem: saber estocar é fundamental na auto-suficiência. Onde guardar? Como achar rápido um item caso seja necessário? Que cuidados devo ter na estocagem? Qual é o custo da estocagem de minhas preparações? Quais os itens e provisões necessárias para se estocar e em qual quantidade? Essas perguntas devem ser feitas e podem ser incluídas no Planejamento (ponto anterior).

  • Custo: NADA, absolutamente nada é de graça! O economista Milton Friedman já dizia, “não existe almoço grátis”, tanto o planejamento, quanto a estocagem, são processos que possuem os seus próprios custos. Por exemplo: eu precisava armazenar com mais segurança as barras de prata que possuo, o que eu fiz? Passei três semanas planejando qual seria o melhor e mais seguro tipo de armazenagem para estocar as barras que possuo levando em consideração: o custo e a eficácia. Cheguei a um resultado (após três semanas): os potes de plástico que armazenam comida e/ou utensílios de cozinha! Fui a uma loja e comprei um conjunto deles, o que me custou R$ 8,50 e aproximadamente 5 minutos de caminhada entre ida e volta! E funcionou? Sim! As barras de prata couberam perfeitamente bem no pote que selecionei para a tarefa e dificilmente fatores externos (químicos ou biológicos) afetarão aqueles metais (que são altamente reativos a agentes externos).

Caso deseje saber mais sobre essas barras, fiz um vídeo que encontra-se no canal do YouTube da Iniciativa:

Não deixe de ler também o artigo: Moedas e Sobrevivência: Uma Abordagem Necessária

O custo é o maior fator limitador da auto-suficiência. Um cara nos EUA demorou cerca de seis meses (SEIS meses!!!) para fazer um sanduíche e gastou aproximadamente U$1.500! Sim, isso mesmo: U$1.500 (mil e quinhentos dólares, DÓLARES!!!!!!!!) em um sanduíche! Sendo que nesse desafio, o sujeito praticou a auto-suficiência plantando sementes, cultivando os vegetais, ordenhando vaca, matando galinhas e etc. apenas para fazer um sanduíche (que custou-lhe U$1.500 e seis meses de sua vida – como ele mesmo admitiu de maneira um tanto resignada no final do vídeo).

Caso esse fato interesse, assista esse vídeo (tem uns 3 minutos e 43 segundos):




Conclusão
A auto-suficiência deve ser buscada, mas que todos entendam que é impossível obtê-la, pelo menos totalmente.


Até mais! Fiquem com Deus!

sábado, 3 de dezembro de 2016

Aspectos da Sobrevivência – Abrigo






Graça e paz! Após um intervalo sem postagens, volto com toda a força! Vamos continuar a nossa série, “Aspectos da Sobrevivência”, dessa vez falaremos sobre abrigos.


Definição de Abrigo
Abrigo nada mais é do que um local para onde você se retira para descansar e proteger-se de intempéries do ambiente, sejam elas por causa da natureza ou do ser humano.


Tipos de Abrigo
São vários, mas podemos listar os principais: caverna, barraca, casebre, casa de alvenaria, fortaleza, castelo, bunker, abrigo subterrâneo e outros.

Perceba que no caso de preparadores e sobrevivencialistas, nós também enquadramos os tipos de abrigo listados no parágrafo anterior, como uma B.O.L (Bug Out Location – Abrigo Secundário): qualquer um deles pode ser utilizado como um Abrigo Secundário em caso de crise.

Caso deseje saber mais sobre a B.O.L, leia também esse artigo aqui.


Como Montar Um Abrigo
Nesse tópico falarei não nas técnicas, mas como planejar a construção do seu abrigo.

  • Primeiro: onde será construído? Na cidade? Se sim, em qual? Qual o clima predominante? Chove muito? Ocorrem inundações? Terremotos? Em qual proporção?

  • Segundo: após responder os questionamentos anteriores, você poderá escolher o local exato onde será construído o seu abrigo. Se for um abrigo secundário, uma dica: os romanos sempre construíam a castra (acampamento) em uma colina ou monte, de onde podiam observar toda a região ao redor do acampamento, além de monitorar a movimentação de eventuais forças atacantes. Se tratando de Brasil, um país em que a maior parte do clima é Equatorial (Região Norte) e Tropical (Nordeste, Centro-Oeste e parte do Sudeste), árvores podem ser utilizadas para camuflar o abrigo.

  • Terceiro: no local escolhido, existem quais recursos naturais? Existem palmeiras? Plantas frutíferas? PANCs (Plantas Naturalmente Comestíveis)? Igarapé/Riacho para abastecer-se de água? Peixes? Animais para caça? Fique de olho nesse quesito, pois é de vital importância para eventual permanência prolongada no local, onde você precisará abastecer-se constantemente com água e comida.


Abrigo em Situações de Emergência
Caso você tenha se perdido na natureza, montar um abrigo será de fundamental importância, pois para ser encontrado com vida pelas equipes de busca, o abrigo será um… abrigo contra as intempéries que o ambiente irá oferecer!

Conhecer técnicas de sobrevivência, obtenção de comida e água (principalmente este último) além de técnicas de construção de um abrigo, utilizando apenas recursos da natureza, será de importância fundamental para a sua sobrevivência.

Também não precisa necessariamente ser um abrigo construído do zero com os recursos do meio: pode ser parte da fuselagem de um avião, ou o que sobrou de uma embarcação… flexibilidade é a chave em se tratando de sobrevivência (e obtenção de abrigo).


Exemplos de Abrigo

Vou deixar quatro vídeos falando sobre abrigos: um foi feito por mim e fala de aspectos fundamentais da B.O.L; outro é do Celso Cavallini e mostra como fazer um abrigo na Floresta Amazônica; o terceiro será um vídeo do Gasparello falando de como fazer um abrigo de emergência com uma lona; e o último será o Júlio Lobo, do Sobrevivencialismo mostrando como fazer um abrigo de emergência dentro da terra! Assistam, pois vale a pena ver esses vídeos!

O meu vídeo falando sobre B.O.L



Abrigo na Selva, por Celso Cavallini



Gasparello ensinando como fazer uma barraca com lona



Júlio Lobo testando formas de se construir abrigos



sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Aspectos da Sobrevivência – Comida



Graça e paz a todos!

Agora falaremos sobre o aspecto comida. Caso seja de seu interesse, existem outros textos dessa série já escritos:





Sobre a Comida
Existem três grandes tipos de sociedades humanas: as sedentárias, as nômades e as semi-nômades. Muitos de nós somos sedentários, isto é, estamos inseridos em uma sociedade em que os bens de consumos, bem como eventuais necessidades, são produzidos e sanados por essa mesma sociedade. Nas sociedades nômades e semi-nômades, a maior parte dos bens e necessidades devem ser buscados em outros locais, normalmente na natureza. Mas você pode estar me perguntando: -”O que isso tem a ver com nós, preparadores e sobrevivencialistas?” e a resposta é simples, para se conseguir comida é necessário se ter em mente esses conceitos de sociedade, pois tendo-os ficará mais fácil nos preparar para uma crise.


Como Será?
As suas preparações envolvendo comida são sedentárias, nômades ou semi-nômades? Esses pontos abaixo o ajudarão a elucidar tais fatos:

Preparação de Comida para Sedentários: uma horta (de qualquer tipo), um rebanho (de acordo com as suas necessidades e levando em consideração qual espécie de gado melhor se adequa a sua região) e/ou um estoque com grãos, enlatados, frutas secas, carne desidratada e outros ali armazenados (você poderia ter um tanque com peixes, mas independente disso, a escolha é sua). É desnecessário dizer, que se você não pode fazer tudo isso, escolha ao menos um desses tipos de preparação. Se você vive na zona urbana, não possui um Abrigo Secundário escondido e tem pouco dinheiro, um estoque de enlatados é a sua melhor opção, por exemplo. Na zona rural, é obrigatório ter pelo menos uma horta, no caso de você optar pelo sedentarismo durante uma crise.

Preparação de Comida para Nômades e Semi-Nômades: ter equipamentos de caça e/ou pesca, além de uma vara e uma cesta para auxiliar na coleta de frutos. Caçar, pescar e coletar são atribuições que poucos sabem fazer hoje em dia, mas é algo necessário para a obtenção de comida, principalmente em cenários de crise. Esse tipo de cenário é aquele que a pessoa foi obrigada a se deslocar de sua moradia á fim de escapar de agressões (observe o número estrondoso de pessoas que fugiram da Síria e do Iraque por conta das perseguições bárbaras e brutais que o Estado Islâmico tem promovido no Oriente Médio e você verá do que eu falo). Observe as condições geográficas de sua região: se há muitas águas, saber pescar é fundamental para uma situação de crise e caso haja poucas águas e mais ambiente natural (montanhas, bosques, florestas, desertos…) saber caçar é a melhor pedida. Você pode criar rebanhos como os de cabra e ovelhas (já vi pastores beduínos semi-nômades fazendo isso no Deserto da Judéia), mas fique ciente dos riscos que há em criar um rebanho de animais caso você seja forçado a ser nômade ou semi-nômade em uma crise.


Dicas Para Estoques
Eu estudei e continuo estudando sobre estoques, por isso mesmo, eu recomendo que para ter um bom estoque de comida, você tenha em mente os seguintes pontos:

  • Quanto tenho em dinheiro para investir em estoques?
  • Quanto será que posso adquirir em alimentos?
  • Quais os alimentos que eu irei estocar?
  • Onde vou estocar esses alimentos?

Respondendo todas essas perguntas, você estará apto a montar um estoque que atenda as suas necessidades, além dos que estão com você (familiares, por exemplo).

Uma dica que eu dou para quem vai montar estoques e tem pouco dinheiro: compre enlatados, principalmente feijoada, pois a feijoada possui nutrientes que ajudam as pessoas a se manterem de pé durante situações difíceis. Compare a quantidade de nutrientes que a feijoada possui em relação a outros alimentos e você entenderá o que eu te digo (principalmente glúten e proteína animal, necessários para manter uma pessoa forte fisicamente e de pé – além de ser saboroso, o que levanta a moral!).



Formas de Se Conservar a Comida
Existem essas formas (as mais usuais):

  • Geladeira
  • Freezer
  • Desidratação
  • No Sal
  • Á Vacuum
  • Em Conserva
  • Enlatado



Recomendações
Caso deseje se aprofundar em estoques, eu sugiro que você veja os vídeos dessa playlist, que encontra-se no canal da Iniciativa no youtube:


Se você quiser saber mais sobre hortas, plantações, adubos e outros, eu recomendo esses dois canais no youtube:






Caso queira saber como caçar e pescar, o youtube também possui canais em que essas práticas são ensinadas. Basta uma rápida pesquisa e encontrará o que procura.

No mais é isso! Graça e paz a todos e até a próxima!



sábado, 8 de outubro de 2016

Aspectos da Sobrevivência - Fogo



Saudações
Graça e paz a todos!

Esta é a terceira postagem da série “Aspectos da Sobrevivência”, onde eu introduzo você nos seis aspectos que envolve a sobrevivência (Água, Fogo, Abrigo, Comida, Orientação e Sinalização). O objetivo dessa série é de maneira rápida e objetiva falar sobre esses aspectos. Agora é a vez do fogo.


Como Fazer Fogo?
Pode parecer bobagem, mas não é: uma pesquisa da ONU mostrou que mais de 70% dos norte-americanos entrevistados sequer sabiam como fazer fogo com um isqueiro! Para evitarmos nos encontrar entre esse nada seleto grupo, aí vão as dicas.

Para ocorrer o fogo, é necessário que haja dois elementos: a isca e o gerador de chamas.

Isca: qualquer tipo ou forma de objeto que seja capaz de conduzir e manter as chamas. Exemplos: madeira seca, gravetos, folhas secas, algodão, gasolina, álcool de cozinha, tecidos velhos e outros.

Gerador de Chamas: qualquer item que se proponha a produzir chamas em quantidade suficiente para iniciar o fogo. Exemplos: isqueiro, palitos de fósforo, pederneira, gravetos de fricção, “strike” de fazer fogo, por reação química e outros.


Maneiras de Fazer Fogo
Vou citar três:

  • Isqueiro ou palitos de fósforos mais algodão (tecido velho ou álcool)
  • Reação química de Permaganato de Potássio (KMnO4) + Glicerina (C3H8O3)
  • Com pederneira.

Abaixo eu deixarei quatro vídeos (foram produzidos por outras pessoas que não eu, mas e daí: são bons vídeos e muito esclarecedores) sobre o assunto, espero que gostem!


Fogo com pederneira (Sobrevivencialismo.Com)

Formas de se fazer fogo (CR Bushcraft)

Permanganato de Potássio mais Glicerina (Sobrevivencialismo.Com)

Conclusão
Ainda há muito o que se dizer sobre o Fogo. Mas de maneira geral, posso dizer que os principais pontos já foram esclarecidos e expostos. No mais é isso: caso deseje acessar as outras duas postagens da série “Aspectos da Sobrevivência”, clique nos links abaixo.

Deus abençoe a todos! Paz!




sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Moedas e Sobrevivência: Uma Abordagem Necessária



"Tanto a prata quanto o ouro me pertencem", declara o Senhor dos Exércitos.” - Ageu 2:8


Introdução
Graça e paz á todos!

Eu tenho percebido que na comunidade lusófona de preparadores e sobrevivencialistas esse tema sequer é cogitado: como enfrentar uma crise (tanto faz o tipo) utilizando moedas “alternativas” (por falta de um termo melhor).

Por “alternativas” entenda-se: moedas não-fiduciárias. Confuso? Calma: em poucas linhas eu explicarei aquilo que você ouviu em notícias de economia e nunca entendeu.


Explicando…
Moedas Fiduciárias: são moedas emitidas pelos governos através dos seus respectivos bancos centrais. É o famoso papel-moeda (esse dinheiro que utilizamos em nosso dia-a-dia, sabe…) que por mais incrível que pareça, NÃO possui lastro! O que é lastro? Veja abaixo…

  • Lastro: um termo utilizado em economia para definir um sistema financeiro (moeda ou papéis) que possui uma fundamentação em riquezas reais. Em outras palavras: o lastro é a prova de que uma determinada riqueza é real.

As atuais moedas fiduciárias (papel-moeda) NÃO possuem lastro, ou seja, não possuem uma riqueza real que as fundamente! É sério!

Se você não acredita no que eu digo (bastante normal para “marinheiros de primeira viagem”) eu entendo, mas antes de fechar a aba e ignorar o que eu escrevo, peço que leia até o fim: serei breve e conciso neste artigo. Dou a minha palavra.


Curso Forçado e Maracutaias Estatais
Como pode então a moeda fiduciária ter o alcance que tem? A resposta: curso forçado.

De acordo com o Banco Central do Brasil, curso forçado é “Condição definida em lei que torna obrigatória a aceitação da cédula ou moeda nacionais nas transações econômicas realizadas no País.” (referência no final desta postagem).

Em outras palavras: o papel-moeda só tem o alcance que tem por conta do curso forçado e também pela propaganda que é feita (não apenas pelos governos ao redor do mundo, mas também pela mídia, pela indústria cinematográfica e outros) o que acaba criando um censo comum na população de maneira geral.


E Aí?
Bom, é aqui que entram as moedas e a Sobrevivência: a cada ano que passa, moedas de ouro e prata são cada vez mais comercializadas ao redor do mundo. A Royal Canadian Mint (maior cunhadora de moedas de prata do mundo atualmente) anunciou que nos últimos anos (2008-2014) a quantidade de moedas de prata vendidas só fez aumentar:



A Royal Canadian Mint afirma que os maiores compradores de suas moedas de prata são os Norte-Americanos e que eles não possuem condições de atender as demandas exigidas para o ano de 2016: estão vendendo tudo!

Nos E.U.A a cultura de preparação é bem maior do que no Brasil. Os compradores certamente estão esperando algum caos econômico mais a frente e estão comprando moedas de prata para quando este caos estourar.

Não desejo causar pânico, mas o dinheiro que você tem em mãos não vale nada… sério. Por isso é necessário que você, preparador e sobrevivencialista tenha as suas reservas de ouro e prata, mesmo que pouco, pois pouco é melhor que nada, concorda?


Riqueza Real
Ouro e prata são desde sempre, riquezas reais, que possuem lastro. Esses dois metais preciosos são raros de se encontrar (ouro então nem se fala) difíceis de minerar (principalmente ouro) e a quantidade total deles é finita (possui limite) diferente do papel-moeda que é impresso de maneira “adoidada” pelos Bancos Centrais, portanto ouro e prata são imunes á inflação.

O ouro é tão importante em nossos dias que de todo o metal já minerado no planeta (cerca de 400 mil toneladas) aproximadamente 20% (ou seja, 80 mil toneladas) encontram-se nos cofres dos Bancos Centrais, os mesmos caras que fabricam os dinheiros de papéis! Sempre quando um governo de um determinado país faz um empréstimo, deve oferecer como garantia as suas reservas de ouro… você sabia disso tudo? Acho que não…

Diversos fatores fizeram com que o ouro e a prata (principalmente o ouro) disparassem no Mercado Internacional: Atentado de 11/09/2001, Invasão ao Iraque (2003), Crise Norte-Americana de 2008, Crise Financeira de 2010, Ascensão do Estado Islâmico… veja abaixo os fatores que mais contribuíram para a subida do ouro:



Tanto o ouro, quanto a prata, são metais preciosos que em tempos de crise, são extremamente valorizados. O Selco, sobrevivente das Guerras Balcânicas, disse que além do dólar e do marco alemão, o ouro era a moeda utilizada em trocas e que bandos de saqueadores sempre procuravam por ouro quando invadiam uma casa, como exemplificado nesta postagem (traduzida pelo Júlio Lobo): https://sobrevivencialismo.com/2014/09/26/tomada-de-decisoes-em-cenarios-de-crise/


E a Prata?
Falei bastante do ouro, mas terminarei falando da prata: em cenários onde o papel-moeda perdeu o seu valor, a prata serve para efetuar trocas no dia-a-dia. De maneira simples: se o real perder o seu valor durante uma crise, é mais fácil comprar comida na esquina com prata (o ouro pode e deve ser utilizado, mas apenas para grandes transações – compra de imóveis, grande quantidade de equipamentos, barcos e outros). O ouro é dos grandes, a prata é dos comuns. Ao contrário do ouro, a prata possui uma valorização lenta, porém estável como podemos observar no gráfico á seguir:



A Somália, por exemplo, é um país que existe apenas nominalmente, pois na prática é um país acéfalo onde diversas tribos disputam cada palmo (literalmente) na bala! O xilins (moeda “oficial”) possui apenas aceitação nas áreas que o governo reconhecido pela Comunidade Internacional possui debaixo de sua autoridade e mesmo assim ela é bastante desvalorizada. A alternativa naquele país é utilizar ouro e prata: a Casa da Moeda da Baviera, por exemplo, fez moedas de prata para serem utilizadas na Somália, cada uma vale cerca de cem xilins. Aqui embaixo o anúncio:


Anúncio em língua portuguesa sobre as moedas de prata somalis

Inclusive, dou essa dica para missionários cristãos que forem para a África: levem com vocês moedas de prata, pois assim facilitarão a sua estadia!


Moedas Digitais?
Em 2009, um certo “Satoshi Nakajima” (um pseudônimo) criou a bitcoin, a primeira moeda 100% digital e descentralizada (independente de uma Casa de Cunhagem ou Banco Central) que pode ser armazenada, trocada e transferida de diversas maneiras (QR Code, bluetooth, transferência por site, transferência por servidor…). A bitcoin é a moeda mais valorizada dos últimos anos.

Eu me limito a escrever sobre ela porque facilmente se encontra na internet pessoas muito mais capacitadas do que eu para falar sobre ela. Mas uma dica: existem mais de mil moedas digitais diferentes e nenhuma delas é controlada por governos ou empresas privadas.


Considerações Finais
Eu sei que é muita informação nova para pouco cérebro… por isso terminarei por aqui. Abaixo eu coloquei as referências bibliográficas de onde eu retirei essas informações todas: foram muitos meses de pesquisa para escrever esse artigo.

Graça e paz á todos! Fiquem com Deus!


Referências e Fontes Bibliográficas

Glossário do BCB https://www.bcb.gov.br/glossario.asp?Definicao=273&idioma=P&idpai=GLOSSARIO, visitado em 29/09/2016 às 06:45 hrs

Prata Pura.Com https://pratapura.com/

Gráficos Extraídos do site Bullion Rates http://pt.bullion-rates.com


Canal Trade for Life com Leonardo Nunes https://www.youtube.com/user/zion45a/videos


segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Aspectos da Sobrevivência – Água



Introdução
Graça e paz á todos! Comecei uma série aqui no blog sobre os Aspectos da Sobrevivência e pretendo agora escrever sobre a água. Vamos lá?


A Água
Este precioso líquido cuja fórmula verdadeira é H2O3 é responsável por manter o ciclo de vida em nosso planeta como o conhecemos. Acredita-se que 75% de nosso corpo físico é composto de água. Sendo assim, todo preparador e/ou sobrevivencialista possui o dever de saber formas de se obter ou purificar este importante líquido.

A obtenção de água pode se dar:

  • Através da coleta de água da chuva (direto do céu, sem que a água passe pelo telhado, pois se for assim a água ficará cheia de substâncias nocivas á nossa saúde). Tente coletar a água da chuva que cai, embaixo de uma árvore, pois as folhas agem como um filtro natural (dica do CIGS).
  • Direto de uma fonte, rio, córrego, igarapé, poço e outros.
  • Adquirindo água em garrafas e vasilhames (água comercial).

Agora que falei sobre a obtenção, vou falar sobre a filtragem e purificação da água.


O Que É?
As pessoas confundem filtragem com purificação de água, são duas coisas distintas.

Filtragem da água: é quando o líquido passa por um processo (ou processos) em que eventuais corpos estranhos (areia, barro, lodo e etc) são separados da água. A filtragem não garante a pureza da água.

Purificação da água: é quando o líquido após passar por processo (ou processos) específico (s) fica livre de todas ou da maior parte dos micro-organismos (bactérias, vírus, protozoários…) que possuía.

O ideal para nós, seres humanos é beber uma água filtrada e purificada.


Formas de Purificar a Água
De maneira simples, existem quatro grandes formas: através de filtros e purificadores (como o lifestraw ou o sawyer mini),utilizando-se o clorin (pílulas que purificam a água), através do hipoclorito de sódio e fervendo a água.

Os filtros e purificadores (duas funções em um) são a maneira mais prática, porém é de longe a mais cara de todas! Eu citei acima os dois filtros-purificadores mais comuns e conhecidos do mercado (lifestraw e sawyer mini) mas existem outras marcas com preços e eficácias diferentes dos citadinos.

Para valer-se do hipoclorito de sódio, você deve adicionar duas gotas de hipoclorito de sódio para cada litro de água (depois de ter filtrado-a) e aguardar por um período superior a 30 minutos. Depois disso a água estará potável (purificada). O hipoclorito de sódio pode ser encontrado na água sanitária.

Existe uma terceira forma, mas não é muito aconselhável: ferver a água por aproximadamente uma hora. Após isso, a maior parte dos micro-organismos terão morrido e a água estará purificada. Essa terceira forma não é muito aconselhada porque parte dos minerais que existem na água se perderá nesse processo… no interior da Amazônia, essa é a forma mais comum de purificação de água.

O Gasparello do canal do YouTube, Tocandira, fez um vídeo interessante á respeito do assunto. Eu indico o vídeo dele pois simplesmente está perfeito! Eu nem precisei fazer um vídeo á este respeito!




Considerações
É importante frisar, que esse artigo não se pretende ser o “super-guia da filtragem e purificação da água”, mas sim um chamativo para a questão que durante uma crise (seja ela qual for) ter acesso a água filtrada e purificada é uma prioridade, pois podemos ficar dias sem comer nada, mas dependendo do clima, podemos ficar entre 24 hrs e 36 hrs sem consumir água, sem mencionar que em uma caminhada em uma selva equatorial (como a Amazônica, por exemplo) são necessários em média, 4 L de água por dia para que uma pessoa permaneça de pé… em outros ambientes (com exceção do desértico) a média é de 2 L de água por dia.

No mais é isso!

Até a próxima, que Deus abençoe a todos!


segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Sobrevivência – Os 6 Aspectos




Esta série visa falar, divulgar e esclarecer todos no que diz respeito aos Aspectos da Sobrevivência. Falarei agora sobre o básico, uma introdução desses mesmos aspectos.


Listagem
Os 6 Aspectos são estes:
1.Fogo
2.Água
3.Abrigo
4.Orientação
5.Sinalização
6.Comida


Aspectos Mais Prioritários
É indiscutível que de todos esses aspectos, os prioritários são (na ordem de maior importância): Água, Comida e Abrigo. E o fogo? Bem, a maior parte do Brasil não sofre com baixas temperaturas, então fogo não foi listado entre esses três, muito embora eu o classifique no segundo grupo de prioritários: Fogo, Abrigo, Orientação e Sinalização.

Então apenas deixando claro: existem dois grandes grupos de aspectos prioritários de sobrevivência. O Grupo 1 é o Indispensável e é composto por: Água, Comida e Abrigo. O Grupo 2 é o Necessário e agrupa os aspectos: Fogo, Abrigo, Orientação e Sinalização.

É importante frisar que se você vive em um local onde as temperaturas diminuem muito, o Aspecto Fogo deverá então fazer parte do Grupo 1...


Finalizando
Como escrevi anteriormente no início desse texto, este artigo é introdutório para a série “Sobrevivência – Os Aspectos”. No próximo artigo da série, falarei sobre o Aspecto Água.

Graça e paz a todos!