sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Moedas e Sobrevivência: Uma Abordagem Necessária



"Tanto a prata quanto o ouro me pertencem", declara o Senhor dos Exércitos.” - Ageu 2:8


Introdução
Graça e paz á todos!

Eu tenho percebido que na comunidade lusófona de preparadores e sobrevivencialistas esse tema sequer é cogitado: como enfrentar uma crise (tanto faz o tipo) utilizando moedas “alternativas” (por falta de um termo melhor).

Por “alternativas” entenda-se: moedas não-fiduciárias. Confuso? Calma: em poucas linhas eu explicarei aquilo que você ouviu em notícias de economia e nunca entendeu.


Explicando…
Moedas Fiduciárias: são moedas emitidas pelos governos através dos seus respectivos bancos centrais. É o famoso papel-moeda (esse dinheiro que utilizamos em nosso dia-a-dia, sabe…) que por mais incrível que pareça, NÃO possui lastro! O que é lastro? Veja abaixo…

  • Lastro: um termo utilizado em economia para definir um sistema financeiro (moeda ou papéis) que possui uma fundamentação em riquezas reais. Em outras palavras: o lastro é a prova de que uma determinada riqueza é real.

As atuais moedas fiduciárias (papel-moeda) NÃO possuem lastro, ou seja, não possuem uma riqueza real que as fundamente! É sério!

Se você não acredita no que eu digo (bastante normal para “marinheiros de primeira viagem”) eu entendo, mas antes de fechar a aba e ignorar o que eu escrevo, peço que leia até o fim: serei breve e conciso neste artigo. Dou a minha palavra.


Curso Forçado e Maracutaias Estatais
Como pode então a moeda fiduciária ter o alcance que tem? A resposta: curso forçado.

De acordo com o Banco Central do Brasil, curso forçado é “Condição definida em lei que torna obrigatória a aceitação da cédula ou moeda nacionais nas transações econômicas realizadas no País.” (referência no final desta postagem).

Em outras palavras: o papel-moeda só tem o alcance que tem por conta do curso forçado e também pela propaganda que é feita (não apenas pelos governos ao redor do mundo, mas também pela mídia, pela indústria cinematográfica e outros) o que acaba criando um censo comum na população de maneira geral.


E Aí?
Bom, é aqui que entram as moedas e a Sobrevivência: a cada ano que passa, moedas de ouro e prata são cada vez mais comercializadas ao redor do mundo. A Royal Canadian Mint (maior cunhadora de moedas de prata do mundo atualmente) anunciou que nos últimos anos (2008-2014) a quantidade de moedas de prata vendidas só fez aumentar:



A Royal Canadian Mint afirma que os maiores compradores de suas moedas de prata são os Norte-Americanos e que eles não possuem condições de atender as demandas exigidas para o ano de 2016: estão vendendo tudo!

Nos E.U.A a cultura de preparação é bem maior do que no Brasil. Os compradores certamente estão esperando algum caos econômico mais a frente e estão comprando moedas de prata para quando este caos estourar.

Não desejo causar pânico, mas o dinheiro que você tem em mãos não vale nada… sério. Por isso é necessário que você, preparador e sobrevivencialista tenha as suas reservas de ouro e prata, mesmo que pouco, pois pouco é melhor que nada, concorda?


Riqueza Real
Ouro e prata são desde sempre, riquezas reais, que possuem lastro. Esses dois metais preciosos são raros de se encontrar (ouro então nem se fala) difíceis de minerar (principalmente ouro) e a quantidade total deles é finita (possui limite) diferente do papel-moeda que é impresso de maneira “adoidada” pelos Bancos Centrais, portanto ouro e prata são imunes á inflação.

O ouro é tão importante em nossos dias que de todo o metal já minerado no planeta (cerca de 400 mil toneladas) aproximadamente 20% (ou seja, 80 mil toneladas) encontram-se nos cofres dos Bancos Centrais, os mesmos caras que fabricam os dinheiros de papéis! Sempre quando um governo de um determinado país faz um empréstimo, deve oferecer como garantia as suas reservas de ouro… você sabia disso tudo? Acho que não…

Diversos fatores fizeram com que o ouro e a prata (principalmente o ouro) disparassem no Mercado Internacional: Atentado de 11/09/2001, Invasão ao Iraque (2003), Crise Norte-Americana de 2008, Crise Financeira de 2010, Ascensão do Estado Islâmico… veja abaixo os fatores que mais contribuíram para a subida do ouro:



Tanto o ouro, quanto a prata, são metais preciosos que em tempos de crise, são extremamente valorizados. O Selco, sobrevivente das Guerras Balcânicas, disse que além do dólar e do marco alemão, o ouro era a moeda utilizada em trocas e que bandos de saqueadores sempre procuravam por ouro quando invadiam uma casa, como exemplificado nesta postagem (traduzida pelo Júlio Lobo): https://sobrevivencialismo.com/2014/09/26/tomada-de-decisoes-em-cenarios-de-crise/


E a Prata?
Falei bastante do ouro, mas terminarei falando da prata: em cenários onde o papel-moeda perdeu o seu valor, a prata serve para efetuar trocas no dia-a-dia. De maneira simples: se o real perder o seu valor durante uma crise, é mais fácil comprar comida na esquina com prata (o ouro pode e deve ser utilizado, mas apenas para grandes transações – compra de imóveis, grande quantidade de equipamentos, barcos e outros). O ouro é dos grandes, a prata é dos comuns. Ao contrário do ouro, a prata possui uma valorização lenta, porém estável como podemos observar no gráfico á seguir:



A Somália, por exemplo, é um país que existe apenas nominalmente, pois na prática é um país acéfalo onde diversas tribos disputam cada palmo (literalmente) na bala! O xilins (moeda “oficial”) possui apenas aceitação nas áreas que o governo reconhecido pela Comunidade Internacional possui debaixo de sua autoridade e mesmo assim ela é bastante desvalorizada. A alternativa naquele país é utilizar ouro e prata: a Casa da Moeda da Baviera, por exemplo, fez moedas de prata para serem utilizadas na Somália, cada uma vale cerca de cem xilins. Aqui embaixo o anúncio:


Anúncio em língua portuguesa sobre as moedas de prata somalis

Inclusive, dou essa dica para missionários cristãos que forem para a África: levem com vocês moedas de prata, pois assim facilitarão a sua estadia!


Moedas Digitais?
Em 2009, um certo “Satoshi Nakajima” (um pseudônimo) criou a bitcoin, a primeira moeda 100% digital e descentralizada (independente de uma Casa de Cunhagem ou Banco Central) que pode ser armazenada, trocada e transferida de diversas maneiras (QR Code, bluetooth, transferência por site, transferência por servidor…). A bitcoin é a moeda mais valorizada dos últimos anos.

Eu me limito a escrever sobre ela porque facilmente se encontra na internet pessoas muito mais capacitadas do que eu para falar sobre ela. Mas uma dica: existem mais de mil moedas digitais diferentes e nenhuma delas é controlada por governos ou empresas privadas.


Considerações Finais
Eu sei que é muita informação nova para pouco cérebro… por isso terminarei por aqui. Abaixo eu coloquei as referências bibliográficas de onde eu retirei essas informações todas: foram muitos meses de pesquisa para escrever esse artigo.

Graça e paz á todos! Fiquem com Deus!


Referências e Fontes Bibliográficas

Glossário do BCB https://www.bcb.gov.br/glossario.asp?Definicao=273&idioma=P&idpai=GLOSSARIO, visitado em 29/09/2016 às 06:45 hrs

Prata Pura.Com https://pratapura.com/

Gráficos Extraídos do site Bullion Rates http://pt.bullion-rates.com


Canal Trade for Life com Leonardo Nunes https://www.youtube.com/user/zion45a/videos


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