quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Facas x Canivetes: Qual O Melhor?



Graça e paz á todos! Hoje eu venho aqui exibir o mais claramente possível, os prós e contras de facas e canivetes. Vamos lá?


Introdução
Em toda a comunidade de preparadores, sobrevivencialistas, bushcrafters e trekkers, existe a discussão de qual tipo de equipamento é o melhor: facas, canivetes, pás ou machados. Nesse artigo, eu viso mostrar os pontos que destacam as facas e os canivetes. Eu vou logo adiantando: NÃO existe melhor equipamento, o que de fato existe é o equipamento certo, na hora certa e nas mãos da pessoa certa.


Facas
Um instrumento ancestral que nos acompanha desde tempos desconhecidos, a faca é extremamente versátil e nos permite uma série de funções diferentes e que nos trazem conforto e facilidades: cortar alimentos diversos, descascar vegetais, cortar madeira, cortar cordas, fazer entalhes, ser um bom item de defesa pessoal… as possibilidades são grandes, porém as facas possuem uma ressalva, elas não são fáceis de serem portadas de maneira velada, isto é, não é fácil escondê-las. Além disso, para se utilizar uma faca corretamente, deve-se gastar tempo e dinheiro, com um treinamento adequado.

As vantagens das facas são:

  • Os custos de aquisição das facas costumam ser menores do que a dos canivetes.
  • As facas costumam serem bem mais resistentes do que os canivetes (principalmente as facas de perfil integral, também chamadas de “cabo inteiriço” ou “full tang”), o que aumenta (e muito) a durabilidade do equipamento.
  • Por conta da durabilidade, em situações de emergência podem ser utilizadas para funções das quais não são projetadas anteriormente, como por exemplo, o “batoning” ou mesmo, para atividades mais amenas, como por exemplo, utilizá-las como talher para comer, como visto neste vídeo aqui.


Canivetes
Inventados por Karl Ensener (o fundador da famosa empresa Victorinox) os canivetes funcionam através de um sistema de molas que usa a força mecânica empregada na abertura da lâmina, para mantê-la mais estável durante o uso da mesma. No entanto, caso o canivete receba pressão demais poderá vir a quebrar! Os canivetes, apesar desse porém são muito bons para trabalhos manuais de precisão como entalhes ou o descascar de vegetais.

As vantagens dos canivetes são:

  • Permite uma incrível portabilidade ao usuário. Como a lâmina é retrátil, é possível reduzir a extensão de um canivete em até 40% á menos, o que por si só é uma boa em um país com índices de violência extremamente altos como o Brasil.
  • Permite o porte velado (item anterior).
  • Pode ter muito mais do que uma mera lâmina: os canivetes suíços, por exemplo, carregam ao menos três funções, além da lâmina.
  • São mais indicados para pequenos trabalhos e que exijam “precisão cirúrgica” do usuário.


Conclusões
Eu deixo as conclusões para vocês. Eu, como criador de conteúdos, devo me abster de dar a minha opinião nesse caso específico. A resposta de qual é o melhor, se são as facas ou os canivetes é algo totalmente subjetivo e depende muito do valor e das necessidades pessoais de cada um.

Fiquem com Deus e até a próxima!


Post Scriptium: criei esse quadro comparativo entre facas e lâminas. Ele está em língua portuguesa. Você pode baixar essa imagem e utilizá-la, desde que não obtenha fins lucrativos com ela, certo?

Se desejar, poderá baixar a imagem acima em alta resolução, clique aqui.


terça-feira, 21 de novembro de 2017

Dica Rápida: Abrindo Trilhas na Paulada



Olá, graça e paz!

Hoje eu queria apresentar para vocês o vídeo onde mostro como os índios que viviam no Brasil pré-colonial (antes da chegada dos portugueses) abriam trilhas: na paulada!

Quem deu essa dica, foi o Márcio Batata, dono da plataforma de mídias “Guia do Sobrevivente”.

O vídeo original, feito pelo Batata, tem mais de uma hora e pode ser acessado neste link aqui:



Eu resolvi testar essa dica e… dê uma olhada no resultado aqui abaixo.





Bom, por enquanto é isso! Caso estejam interessados em técnicas primitivas de sobrevivência utilizada por índios, eu sugiro o artigo daqui deste blog, onde eu apresento o livro Duas Viagens ao Brasil, de autoria de Hans Staden. O link está aqui.


Deus abençoe e até mais!

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Técnica de Batoning: O Que É e Como Fazer?




Olá, graça e paz!

Hoje eu quero apresentar á você, uma técnica muito utilizada em bushcraft e em sobrevivência: a técnica de batoning.


Conceito
A palavra "batoning", vem do inglês, "baton", que significa "bastão". Batoning, portanto, significaria algo como "bastonada", "porretada" ou paulada.
A técnica de batoning poderá e deverá ser aplicada apenas em situações de emergência, onde você não terá consigo, um machado ou machadinha para rachar madeira: para essas situações, recomenda-se a utilização de facas feitas com aço carbono (um aço mais maleável e disposto a absorver energia das bastonadas) e com o cabo em perfil integral ("full-tang"), pois são mais resistentes á impactos.

A técnica de batoning, se resume a: pegar um bastão (de feitio mais pesado e duro) e "martelar" a faca contra um pedaço de madeira (que obrigatoriamente deve ser mais leve e menos dura).

Veja abaixo um vídeo de como isso se processa:





Cuidados
É importante dizer, que essa técnica é para ser utilizada apenas em situações de emergência, onde você não tem uma machadinha ou mesmo um machado! Cada vez que você utiliza a técnica de batoning, as chances de a sua faca arrebentar-se, aumenta, por melhor que seja a sua qualidade!


Fiquem com Deus e até a próxima!

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Unboxing, Review e Teste: Faca Invictus Titan




Olá, graça e paz!

Neste artigo eu exibo o unboxing, a review e o teste prática da Faca Invictus Titan: esse incrível equipamento!

A faca Titan é fabricada pela Invictus, uma empresa catarinense que há dois anos foi re-estruturada e agora praticamente tomou a maior parte do mercado de facas e canivetes do Brasil! A faca Titan é uma reprodução da faca utilizada pelo personagem John Rambo, no filme “Rambo 2”.

No YouTube, eu postei em separado, dois vídeos: um mostrando o unboxing e no outro, a review e o teste prático da faca Titan.

Aqui está o unboxing desta faca.




Posteriormente, eu fiz outro vídeo exibindo o teste prático:

O teste prático com a faca Titan.



Bom, por enquanto é isso! Fiquem com Deus e até a próxima!

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Comparativo: Termos em Inglês e Português




Olá, Graça e Paz á todos!

Hoje eu resolvi fazer uma postagem um pouco mais atípica: ao invés de escrever sobre algum equipamento milaborante ou técnica de sobrevivência, eu decide fazer esse comparativo entre os termos mais comuns aos sobrevivencialistas falantes de inglês e a sua contra-parte em português do Brasil. Vamos lá?




Bom, por enquanto é isso!


Fiquem com Deus e até a próxima!

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Leitura P&S Cristão: Duas Viagens ao Brasil, por Hans Staden




Olá, graça e paz!

Esse é a primeira vez que eu recomendo uma leitura para preparadores e sobrevivencialistas!

Eu gostaria de começar a apresentar o relato vivido por Hans Staden, um mercenário germânico, que viajou por duas vezes ao Brasil do século XVI e relatou aquilo que seria o nosso país ainda no “berço”.

Postei um vídeo falando sobre o livro, confira:




No vídeo que apresentei acima, eu não falei á cerca de alguns detalhes pessoais de Hans Staden e do livro. Por isso mesmo, postei aqui nesse artigo esses detalhes:

  • Hans Staden nasceu em 1524, no Sacro Império Romano-Germânico
  • Primeira viagem: 1547-1549
  • Segunda viagem: 1550-1555 (de acordo com o capítulo 52, pgs.123 e 124, no dia 31/10/1554, os franceses do navio Catherine de Vatteville zarparam de Niterói para a Europa, vindo a aportarem no porto de Honfleur no dia 20/02/1555)
  • Ficou cerca de dez meses como prisioneiro dos tupinambás.
  • O livro com os seus relatos foi publicado em 1557, na cidade de Marburgo (durante a terça-feira de Carnaval do já mencionado ano)


Fontes que utilizei para fazer o artigo e o vídeo:

  • Duas Viagens ao Brasil, Hans Staden. LP&M Pocket.
  • Biografias, Hans Staden https://educacao.uol.com.br/biografias/hans-staden.htm
  • Site Conversor de Medidas www.http://conversor-de-medidas.com/


Citações:

Como os Tupinambás Fazem as Suas Moradas -> Segunda Parte, página 136, capítulo 5

"Eles as constroem de preferência em lugares onde há água e madeira, e também animais e peixes nas proximidades (...) erguem uma cabana, com cerca de 14 pés [aproximadamente 4 metros] de largura e (...) até 150 pés [uns 45 metros] de comprimento. Essas cabanas têm aproximadamente 2 braças [uns 3,6 metros] de altura, são redondas como uma abóbada de porão, no topo, e cobertas com uma espessa camada de folhas de palmeira para que não chova dentro."

"Entre as cabanas deixam uma clareira, onde matam os seus prisioneiros. Gostam de cercar as cabanas com uma fortificação, da seguinte forma: levantam ao redor das cabanas uma cerca de varapaus feita de troncos de palmeiras rachados. Fazem essa cerca, com aproximadamente 1 braça e meia [cerca de 2,7 metros] de altura, tão cerrada que nenhuma flecha pode passar por ela. Mas tem pequenos buracos a partir dos quais atiram para fora. Ao redor dessa cerca de varapaus levantam outra cerca, uma paliçada de estacas longas e grossas, mas não colocam as estacas tocando-se umas às outras, e sim apenas próximas o suficiente para que uma pessoa não possa passar por elas. Entre alguns selvagens é costume colocar o crânio dos inimigos devorados sobre os sarrafos na entrada da aldeia"


Planejamento para a Guerra -> Segunda Parte, páginas 158 e 159, capítulo 27

"Quando querem empreender uma expedição guerreira (...) mencionam uma espécie de fruta de uma árvore; partem quando a fruta amadurecem pois não conhecem nem os anos ou os dias" / Obs: no capítulo 17 (pg.60) é mencionado que em Agosto e Novembro, são as épocas em que se deveria temer mais os tupinambás, pois em Agosto ocorre a piracema e em Novembro, a colheita do milho (que eles chamavam de abatí)."

"Para a partida também orientam-se de acordo com a desova de uma espécie de peixe que em sua língua chamam de pirati. O período da desova chamam de piracema"

"Ornam-se com penas vermelhas como sinal de identificação em relação aos adversários"


Armas de Guerra dos Tamoios -> Segunda Parte, páginas 159 e 160, capítulo 28

"Eles possuem arcos. As pontas das flechas são de ossos, que eles afiam e amarram à haste, ou ainda de dentes de (...) tubarão."

"Também usam algodão (...) com cera, amarram-no na parte superior da flecha e põem fogo. São as flechas incendiárias."

"Preparam, ainda, escudos com casca de árvores e peles de animais selvagens."

"Enterram espinhas pontiagudas, como as armadilhas para os pés que usamos em nossas terras."

"Ouvi deles (...) que usam pimenta (...) para desalojarem os seus inimigos de suas fortificações. Isso ocorre da seguinte maneira: quando o vento sopra, fazem uma grande fogueira e jogam um monte de pés de pimenta. Se a fumaça atinge as cabanas, os inimigos têm de sair."


Jenipapo -> Segunda Parte, página 177, capítulo 37

"Numa árvore que os selvagens chamam de jenipapo ivá, cresce uma fruta que tem certa semelhança com a maçã. Os selvagens mascam essa fruta e espremem o suco dentro de um vaso. Com ele é que se pintam. Quando esfregam o suco sobre a pele, no início parece água. Mas depois de um tempo, a pele fica tão preta como se fosse tinta. Isso perdura até o nono dia. Depois a cor desaparece, mas não antes desse prazo, mesmo quando eles se lavam muitas vezes"



Conclusão
Bom é isso! Fiquem com Deus e até a próxima!

sábado, 14 de outubro de 2017

Pharmacoós: a Bananeira



Graça e paz á todos!

Hoje eu apresento á vocês, a bananeira, que gera o conhecido fruto chamado banana.

Eu mostro no vídeo abaixo, as qualidades das bananeiras, assistam:



Algumas Qualidades:

  • Reproduzem-se de maneira espontânea, sem a necessidade de sementes ou coisa do tipo.
  • Produzem folhas e cascas boas para iniciar fogo.
  • Podem serem utilizadas para captarem água em situação de emergência.
  • Produzem bananas, que possuem um ótimo valor nutricional.
  • As folhas verdes podem serem utilizadas para envolverem alimentos para serem assados, agindo de maneira semelhante ao papel alumínio.
  • As folhas verdes também podem serem utilizadas como “telhas” para um abrigo de emergência.


Bom, eu fico por aqui: lembrou de alguma característica boa da bananeira que eu não citei? Coloque aqui embaixo nos comentários!


Que Deus abençoe a todos!

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Como Preservar A Sua Lâmina?



Graça e paz!

Hoje vou dar rápidas dicas de como preservar a sua lâmina. Por lâmina entenda: facas, canivetes, adagas, punhais e outros…


Dicas Gerais
  • A maioria das lâminas ao serem compradas, possuem um manual (alguns fabricantes de lâminas deixam esse manual disponível em seu respectivo site). Lá está escrito quais as medidas necessárias para a preservação da sua lâmina! Caso você tenha comprado a sua lâmina e nenhum manual acompanhou-a ou mesmo o produto não tenha marca alguma (muitos produtos comprados em camelôs ou lojas de importados apresentam esse probleminha), então continue lendo esse artigo. Vamos ao próximo ponto?

  • Evite praticar o “batoning” com a sua lâmina! É preciso sempre deixar claro: lâminas (facas, canivetes, adagas, punhais…) NÃO foram criadas para racharem lenha! Quer rachar lenha? Usa um machado!

  • Evite que a sua lâmina entre em contato com a terra ou minerais, pois pedaços pequenos de minerais (como a areia) desgastam o fio e a própria lâmina. Com o tempo esse desgaste poderá estragar a sua lâmina! Essa dica vale também para rochas e até mesmo tijolos, cerâmicas e similares.

  • Saiba do quê e para o quê a sua lâmina foi feita. Saiba qual o aço que a sua lâmina é feita: apenas um leigo acha que aço “é tudo igual”. Minha resposta para essas pessoas: NÃO É NÃO! Lâminas menores e mais finas normalmente são voltadas para trabalhos que exijam precisão, enquanto que as mais “parrudas” quase sempre foram criadas para atividades mais intensas.

  • Com relação ao material do qual é feito, tente descobrir qual é o aço da sua lâmina e para o quê ele é útil: o famoso aço inoxidável 420C, por exemplo, foi concebido para ser resistente a água salgada (foi projetada para equipamentos de mergulho) e exatamente por isso, lâminas com esse tipo de aço são mais resistentes que a média, a água salgada (e a doce também, óbvio!). Sabendo qual o aço de sua lâmina é possível saber como conservar o seu equipamento por mais tempo, pois assim você saberá quais os limites naturais dele.

  • Canivetes são projetados para atividades leves, porém que exijam maior precisão. Caso o seu canivete molhe ou entre areia e/ou lama, saiba que você deve retirar quaisquer resquícios que tenham se instalado dentro do mecanismo e logo depois, lubrificar o mesmo mecanismo. Eu evitarei dizer qual tipo de lubrificante você deve utilizar, pois isso é uma questão pessoal, que envolve preço, marca e recomendações dos respectivos fabricantes dos canivetes.


Conclusão
Passei para você apenas as noções gerais. Lembre-se de consultar os manuais e/ou recomendações disponíveis oferecidas pelos respectivos fabricantes das lâminas!


Fiquem com Deus e até a próxima!

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Review e Teste Prático: Canivete Invictus Rock




Graça e paz á todos!

No artigo passado, eu mostrei o unboxing do canivete Rock, da Invictus. Hoje eu quero mostrar um teste prático dele.


Review e Teste Prático, exibidos no canal do YouTube



No mais é isso. Fiquem com Deus e até mais!

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Unboxing: Canivete Invictus Rock



Graça e paz á todos!

Apresentação
Após um tempo sem postagens (veja o porque neste vídeo aqui), eu voltei!

Hoje eu tenho o prazer de apresentar á vocês o canivete invictus rock, uma boa alternativa ao canivete phanton (também da invictus).

Vamos lá?


O Unboxing
Eu fiz o unboxing do canivete, no canal do YouTube, assistam:




O Unboxing do Canivete Invictus Rock


Término
No mais é isso. Farei em breve o review do equipamento.


sábado, 2 de setembro de 2017

Cutelaria – Parte 4: Pontas de Lâminas 2



Olá! Graça e paz á todos!

Hoje, eu venho aqui expor outros tipos de pontas de lâminas: Foice/Meia-Lua, Pica-Fumo, De Caneta e Straight-Black.

Vamos lá?


Os Tipos Abordados Nesse Artigo

Hawkbill Blade (Ponta Foice/Meia-Lua)


As lâminas com a Ponta Hawkbill são um tipo de lâmina muito distinta que se assemelha à forma curva do bico de um falcão (daí o nome em inglês, “Hawkbill”). Tem uma aresta côncava e a espinha da lâmina é tipicamente arredondada.

O uso ideal para lâminas com esse tipo de ponta: abrir caixas (e pacotes), cortar fios (decapagem), cortar cabos (cordas) e etc, embora lâminas com essa ponta sejam péssimas para e.d.c, por conta da portabilidade, com a provável exceção da karambit, que possui esse formato de lâmina e pode ser portável, caso seja um canivete.


Sheepfoot Point (Pica-Fumo)


Em inglês, essa ponta é apelidada de “sheepfoot”. As lâminas com a ponta “pica-fumo” possuem uma borda frontal reta e um dorso grosso que se curva para encontrar a borda reta. O objetivo principal de uma ponta pica-fumo é cortar um ponto não desejado: esse nome é usado no português brasileiro, pois as lâminas com essa ponta eram (e ainda são) utilizadas nos interiores do Brasil, para aparar (“picar”) a ponta de cigarros e charutos (principalmente os feitos com palha). Lâminas com essa ponta, podem ser seguradas com os dedos, proporcionando um grande grau de controle. Além desses fatos, lâminas com a ponta pica-fumo são adequadas para dar um corte limpo ao serem utilizadas, oferece ao usuário um maior controle na pegada e no trabalho e não possuem ponta afiada (o que ajuda a evitar acidentes, embora isso não seja descartável – é difícil, mas não é impossível se machucar com uma lâmina com esse tipo de ponta).

Canivete da marca Bianchi com a lâmina Sheepfoot


Além de servir para atividades corriqueiras em escritórios (como abrir pacotes e cartas), no campo, pode-se utilizar as lâminas com ponta pica-fumo para a poda de mudas, para o descasque de frutas, além da já mencionada atividade de picar o fumo...

Obs: nos EUA, as lâminas com a ponta pica-fumo (sheepfoot) são populares entre os socorristas, pois permitem que eles fiquem seguros em atividades que envolvam o corte do cinto de segurança de veículos acidentados, sem machucarem a vítima por acidente. Essas pontas de lâminas foram originalmente feitas para cortarem os pés de ovelhas, o que também torna as lâminas pica-fumos, boas para atividades que envolvam a raspagem de madeira.


Straight-Back Point


A lâmina com a ponta Straight-Back (algo como “costa ou retaguarda forte” em inglês) também é chamada de “lâmina normal” porque é uma forma de lâmina muito tradicional. A frente da faca tem uma borda curva, enquanto a parte de trás tem uma frente reta, que permite uma pressão adicional. É muito boa em atividades que envolvam o corte e a laceração, qualidades indispensáveis para a culinária.


Pen Point (Caneta)


Esta ponta de lâmina minúscula é freqüentemente encontrada em canivetes suíços (“swiss knife army” em inglês). Os lados maçantes e afiados da inclinação da lâmina, possuem o mesmo grau, fazendo com que pareça uma ponta de lança (o que faz com que desavisados, acreditem se tratar de uma “Spear Point”, que trataremos em outro artigo).

Originalmente, lâminas com esse tipo de ponta, foram usadas para afiar a stilus (caneta com formato de pena). Embora não excepcionalmente afiada, uma lâmina com a Ponta de Caneta é uma ótima ferramenta para ter em seu bolso e é perfeita para pequenas tarefas (como as de escritório).

 Caneta Stilus


Conclusão
Bom, por enquanto vimos mais esses quatro tipos de pontas de lâminas. Até a próxima, que Deus abençoe a todos!


Caso esteja interessado, esses são os links para os outros artigos da série Cutelaria:




terça-feira, 1 de agosto de 2017

Estratégia, Tática e Operação: Qual a Diferença?




Olá, graça e paz!

Hoje, eu venho até vocês, oferecer-lhes um conceito muito utilizado em Administração: Estratégia, Tática e Operação.
Em um vídeo (e também artigo) de alguns anos atrás, Júlio Lobo do Sobrevivencialismo.Com, abordou a Matriz SWOT (sigla para: Strenghts, Weaks, Oportunities e Threats) que faz parte dos assuntos ministrados nas academias de Management (ou “Administração”, no Brasil) em todo o mundo. Então porque eu não posso fazer algo do tipo? Então, venho apresentar para vocês os Níveis Organizacionais (também conhecidos como Níveis Hierárquicos): Estratégia, Tática e Operação.


Diferenças
Sim, muito provavelmente você sempre quis saber, embora nunca tenha descoberto o significado e as diferenças desses três termos, que são considerados Níveis Organizacionais em Administração. Mas vamos lá:

  • Estratégia (Stratega): vem do grego e referia-se aos comandantes militares de Atenas (cidade-estado da Antiguidade Clássica). Quando a democracia foi implantada por Sólon (sob a orientação do rei Cleômenes III de Esparta), o Exército dos Cidadãos de Atenas, foi dividido em dez corpos e cada um possuía como comandante um “strategói” (termo derivado de “stratega”). Esses comandantes respondiam á um comandante-geral chamado de “polemarco”. Seja como for, a palavra popularizou-se por conta do rei Alexandre III, o Grande, da Macedônia (e de 90% do mundo civilizado de seu tempo…) que ao morrer, nomeou como regentes de seu filho Alexandre IV, quatro homens que deveriam reger o seu vasto Império durante a menoridade de seu herdeiro. Esses quatro foram nomeados “strategói”, sendo que posteriormente, ao iniciarem as suas famosas guerras pelo Poder, passaram a chamarem a si próprios de “diadocói” (“sucessores”). Com a Renascença, o termo estratégia saiu dos livros clássicos escritos em grego e em latim passando a língua dos povos da Europa Ocidental.

Baseado na explicação acima, podemos concluir que o termo “estratégia” se refere ao ato de ser comandante, isto é: tudo aquilo que é próprio de quem toma as decisões fundamentais e que impactam todo o resto. É no Nível Estratégico, que as decisões de longo prazo são tomadas e dão o corpo de toda a ação pelos próximos dois a cinco anos (talvez mais)!


  • Tática (Tatiké): também procede do grego, esse termo quer dizer literalmente “movimentação (de tropas)”. O estilo grego de se lutar na Antiguidade Clássica, era o Hoplita: o soldado que portando lança e escudo, unia-se a outros que pertenciam a mesma Póles que a sua e unidos batalhavam contra os inimigos da comunidade. Uma vez definida a Estratégia, fazia-se necessário movimentar as tropas, pois os hoplitas, carregavam até 35 kg de equipamentos! Além disso, o relevo da Grécia era (e ainda é) extremamente escarpado, saber movimentar tropas é fundamental ali: Mussolini que o diga! O Nível Tático abrange um período de tempo que varia de algumas semanas a até uns dois anos.
Um Hoplita Grego do Tempo das Guerras Médicas (492 a.C - 479 a.C)



O Nível Tático é intermediário entre a Estratégia e o próximo Nível: o Operacional. Tudo o que o Nível Estratégico decide e executa, deve passar pelo Nível Tático que deve lidar com o Nível Operacional.


  • Operação (Operandi): não, essa palavra não tem origem no grego, mas no latim. Operandi quer dizer literalmente “fazer, executar” e é exatamente isso o que significa Operação. O Nível Operacional é o mais básico de todos, porém se uma boa Estratégia for tomada e uma boa Tática efetuada, a Operação será bem amparada e as chances de se aumentarem os êxitos no resultado aumentam.

Nas Forças Armadas, a palavra “Operação” é usado não para definir o conceito que estou apresentando, mas sim para descrever aquilo que em Administração é conhecido como “Projeto”, mas sobre isso eu falo em outra postagem. Você que é militar e está lendo isso tudo, fique despreocupado: siga os termos que a sua corporação utiliza sem medo de ser ou agir com ignorância, a Administração não é uma ciência exata, por isso mesmo fique “de boa”, ok?


Término
Bom, por enquanto é isso. Mais tarde eu trato mais sobre Administração! Até mais!

terça-feira, 25 de julho de 2017

Cutelaria - Parte 3: Pontas de Lâminas 1



Olá! Graça e paz!

Continuando a série “Cutelaria”, eu apresento á vocês quatro tipos de pontas que encontramos nas lâminas.


Introdução
Por anos de minha vida, achei que faca era “tudo igual” e que qualquer ponta servia para quaisquer atividades a serem desempenhadas. Ledo engano de minha parte!

Os formatos das facas, bem como as pontas das mesmas, as fazem diferenciarem-se não apenas na estética, mas na funcionalidade. Com relação aos formatos, deixo isso para outra oportunidade, porém eu trago para todos vocês, leitores, alguns formatos de pontas bem como para o que servem.


Os Tipos
Esses são os tipos de pontas que apresentaremos nesse artigo:

Drop Point


Exemplo de Drop Point

As lâminas com esse tipo de ponta (drop point) são boas para praticamente todas as demandas que podem existir. É comumente encontrado em facas de sobrevivência, mas também é vista na maioria dos canivetes suíços.

As lâminas do tipo drop point são boas para atividades que envolvam o coureamento e a perfuração de animais. Isso acontece pelo formato da ponta, que favorece uma maior manobrabilidade enquanto a lâmina penetra a carne e os órgãos internos dos animais.


American Tanto Point


Exemplo de American Tanto Point

O American Tanto Point, também chamado de Tanto Point ou Chisel Point (chisel em inglês significa “formão”), essa ponta (por conta do formato) é perfeita para perfuração de objetos duros (como por exemplo kevlar).

Exatamente por causa de sua característica perfurante, lâminas com essa ponta são super indicadas para atividades que envolvam segurança, além de ações militares.


Needle Point

Exemplo de Needle Point

Como o próprio formato sugere, o Needle Point (needle significa “agulha” em inglês) é excelente para perfuração, pois o seu desenho (além de simetria em ambos os gumes) permite um ótimo desempenho nessa função. Porém há um problema nesse formato de ponta de lâmina: por conta da fina espessura, o Needle Point quebra com alguma facilidade após repetidos usos.

A melhor utilidade para uma lâmina tipo Needle Point, é para a auto-defesa, pois facas, canivetes, adagas e punhais com essa ponta, costumam serem péssimas para corte.


Clip Point

Exemplo de Clip Point

O Clip Point (também conhecido aqui no Brasil como “ponta/formato turco”) é praticamente a única ponta encontrada nas famosas (e muito mal faladas) Facas de Sobrevivência, mais conhecidas como “a Faca do Rambo”.

A utilidade dessa ponta de lâmina é simplesmente, para um melhor aproveitamento em atividades de campo (outdoor) onde se exige responsabilidade e seriedade no que se está fazendo, como por exemplo a caça e a sobrevivência no mato (o clip point também é muito bom para cortes de laceração que exijam precisão sem perder a força).


Finalizando
Bom, por enquanto é isso! Apresentei esses quatro primeiros formatos de pontas de lâminas e na continuação desse artigo, irei falar dos outros tipos!

Fiquem com Deus e até mais!


Outros artigos da Série, Cutelaria:

Cutelaria - Uma Introdução

Cutelaria - Parte 1: Tipos de Aço

Cutelaria – Parte 2: Tipos de Lâminas