sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Aspectos da Sobrevivência – Orientação



Graça e paz a todos! Hoje continuamos com a nossa série sobre os Aspectos da Sobrevivência. Veremos hoje o Aspecto Orientação!


Introdução
Saber chegar de um ponto ao outro com claro conhecimento: essa é a premissa fundamental da orientação. Desde tempos antigos, a orientação sempre foi de fundamental importância para a Humanidade: orientação pelas estrelas (constelações), orientação pelo sol, consulta a adivinhos e sacerdotes… sempre se buscou saber a direção certa.

Em meados do século XV d.C, os navegantes lusitanos passaram a utilizarem-se das bússolas e astrolábios para se orientarem (a bússola para saber onde era o norte e o astrolábio para se saber qual a distância entre o local onde estavam e o sol e assim poderem traçar a sua própria posição no globo). Desses dois instrumentos de orientação, preparadores e sobrevivencialistas costumam utilizar a bússola, afinal ela permite que nós saibamos onde fica o chamado Polo Magnético Norte e a partir daí, podemos tirar os pontos cardeais e escolhermos a direção a ser tomada.

Pela noite, pode-se também tomar as estrelas como direção: no Hemisfério Sul (praticamente 95% do Brasil está nele) existe a famosíssima constelação de Cruzeiro do Sul de onde pode-se descobrir para onde é o sul. Mas atenção: existe (também) no Hemisfério Sul, uma constelação chamada Falsa Cruz (ou Falso Cruzeiro), ela se parece com o Cruzeiro do Sul, mas é facilmente descoberta, pois a Falsa Cruz tem quatro estrelas e o Cruzeiro do Sul possui cinco como você pode conferir abaixo:



A quinta estrela do Cruzeiro do Sul, chama-se Epsilon, ou Intrometida e é ela quem diferencia as duas constelações. Basta pegar o “braço” mais longo da constelação do Cruzeiro do Sul e seguir o “rastro” exatamente como na figura abaixo:



Também é possível descobrir os pontos cardeais em plena luz do dia, esse vídeo do Gasparello do Canal Tocandira é esclarecedor:



Também do Canal Tocandira, existe esse vídeo falando sobre como utilizar uma bússola:



Outras Maneiras de Orientação
Além da orientação por pontos cardeais, também é possível orientar-se ao estilo “João e Maria”. Como? Quando estiver andando por uma trilha, você pode sinalizar a trilha amarrando pedaços de cordas em troncos pelo caminho, ou (na falta de cordas) pode ser “esgana-gatos” ou similares.

Além disso é possível andar pelas trilhas se guiando por bússola como no Canal Tocandira:



Despedida

No mais é isso! Até a próxima, fiquem com Deus!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Auto-Suficiência: Uma Conversa Franca



Graça e paz á todos! Hoje venho levantar uma questão importante: a (ben) dita auto-suficiência. Em canais e em textos de sobrevivencialismo e preparação, vemos como esse tema é importante e eu reconheço que a auto-suficiência DEVE ser buscada, embora seja algo INATINGÍVEL!

Mas calma! Nada está perdido! Escreverei exatamente porquê a auto-suficiência DEVE ser buscada, embora nunca possa ser totalmente atingida.

Vamos lá?


Tipo Ideal
Em sociologia, em algum momento estuda-se Max Weber. Este grande intelectual, apontava que toda sociedade possui o “Tipo Ideal”: um modelo de indivíduo que possui características que todos nessa sociedade admiram e desejam ter/ser e que os indivíduos dessa mesma sociedade buscam alcançar para terem/serem.

Maximilian Karl Weber (Max Weber) 1864-1920

Eu pego o Tipo Ideal de Weber e translado para o Sobrevivencialismo e Preparação, mas precisamente para a auto-suficiência: deve ser buscada, mas é inatingível. Inatingível? Sim, exato e eu explico: o custo da auto-suficiência é altíssimo! Imagine ter que fabricar as suas próprias ferramentas do zero: tendo que minerar a terra em busca de minérios como a hematita para depois submetê-la a um processo de oxidação para então obter o ferro! Então, ter que construir um forno de barro, coletar quilos e mais quilos de lenha para aquecer o dito forno, onde você então pegará o ferro e o aquecerá em uma temperatura igual ou superior a 700º Celsius para então começar a moldá-lo para enfim criar uma ferramenta para poder trabalhar no campo!

Consegue entender o que quero dizer com “inatingível”? Mas claro, pegando emprestado o conceito do Tipo Ideal, descrito por Max Weber, podemos nos aproximar da auto-suficiência, mas como? No caso da agricultura, podemos criar um armazém com ferramentas em grande quantidade e com uma boa qualidade para atender as demandas nos trabalhos do campo por anos! Ferramentas de aço inox, por exemplo, são uma boa pedida nesse exemplo.


Como Buscar a Auto-Suficiência?
  • Planejamento
  • Estocagem
  • Custo

Vou explicar cada um desses itens em separado. Não farei uma explanação longa, mas direi apenas detalhes importantes e que podem ser utilizados para ferramentas, comida, água, roupas, sementes, animais…

  • Planejamento: nas academias de administração, ensina-se (entre outras coisas) a trabalhar com ERP, ERP II e similares. Essas ferramentas de gestão, permitem as organizações planejarem quanto e quando precisarão de matérias-primas para a sua produção. O que você produz para ser auto-suficiente? Dá para suprir as suas necessidades? E as necessidades dos que convivem com você? Quanto você e outras pessoas gastam em consumo diário de comida, materiais de higiene básica e outros? Como você consegue calcular os custos (financeiros), o tempo e o espaço necessários para produzir o necessário para a sua auto-suficiência? Um bom planejamento é a chave para isso. Caso você não saiba por onde começar, não se preocupe: logo mais estarei postando algo aqui no blog sobre isso!

  • Estocagem: saber estocar é fundamental na auto-suficiência. Onde guardar? Como achar rápido um item caso seja necessário? Que cuidados devo ter na estocagem? Qual é o custo da estocagem de minhas preparações? Quais os itens e provisões necessárias para se estocar e em qual quantidade? Essas perguntas devem ser feitas e podem ser incluídas no Planejamento (ponto anterior).

  • Custo: NADA, absolutamente nada é de graça! O economista Milton Friedman já dizia, “não existe almoço grátis”, tanto o planejamento, quanto a estocagem, são processos que possuem os seus próprios custos. Por exemplo: eu precisava armazenar com mais segurança as barras de prata que possuo, o que eu fiz? Passei três semanas planejando qual seria o melhor e mais seguro tipo de armazenagem para estocar as barras que possuo levando em consideração: o custo e a eficácia. Cheguei a um resultado (após três semanas): os potes de plástico que armazenam comida e/ou utensílios de cozinha! Fui a uma loja e comprei um conjunto deles, o que me custou R$ 8,50 e aproximadamente 5 minutos de caminhada entre ida e volta! E funcionou? Sim! As barras de prata couberam perfeitamente bem no pote que selecionei para a tarefa e dificilmente fatores externos (químicos ou biológicos) afetarão aqueles metais (que são altamente reativos a agentes externos).

Caso deseje saber mais sobre essas barras, fiz um vídeo que encontra-se no canal do YouTube da Iniciativa:

Não deixe de ler também o artigo: Moedas e Sobrevivência: Uma Abordagem Necessária

O custo é o maior fator limitador da auto-suficiência. Um cara nos EUA demorou cerca de seis meses (SEIS meses!!!) para fazer um sanduíche e gastou aproximadamente U$1.500! Sim, isso mesmo: U$1.500 (mil e quinhentos dólares, DÓLARES!!!!!!!!) em um sanduíche! Sendo que nesse desafio, o sujeito praticou a auto-suficiência plantando sementes, cultivando os vegetais, ordenhando vaca, matando galinhas e etc. apenas para fazer um sanduíche (que custou-lhe U$1.500 e seis meses de sua vida – como ele mesmo admitiu de maneira um tanto resignada no final do vídeo).

Caso esse fato interesse, assista esse vídeo (tem uns 3 minutos e 43 segundos):




Conclusão
A auto-suficiência deve ser buscada, mas que todos entendam que é impossível obtê-la, pelo menos totalmente.


Até mais! Fiquem com Deus!

sábado, 3 de dezembro de 2016

Aspectos da Sobrevivência – Abrigo






Graça e paz! Após um intervalo sem postagens, volto com toda a força! Vamos continuar a nossa série, “Aspectos da Sobrevivência”, dessa vez falaremos sobre abrigos.


Definição de Abrigo
Abrigo nada mais é do que um local para onde você se retira para descansar e proteger-se de intempéries do ambiente, sejam elas por causa da natureza ou do ser humano.


Tipos de Abrigo
São vários, mas podemos listar os principais: caverna, barraca, casebre, casa de alvenaria, fortaleza, castelo, bunker, abrigo subterrâneo e outros.

Perceba que no caso de preparadores e sobrevivencialistas, nós também enquadramos os tipos de abrigo listados no parágrafo anterior, como uma B.O.L (Bug Out Location – Abrigo Secundário): qualquer um deles pode ser utilizado como um Abrigo Secundário em caso de crise.

Caso deseje saber mais sobre a B.O.L, leia também esse artigo aqui.


Como Montar Um Abrigo
Nesse tópico falarei não nas técnicas, mas como planejar a construção do seu abrigo.

  • Primeiro: onde será construído? Na cidade? Se sim, em qual? Qual o clima predominante? Chove muito? Ocorrem inundações? Terremotos? Em qual proporção?

  • Segundo: após responder os questionamentos anteriores, você poderá escolher o local exato onde será construído o seu abrigo. Se for um abrigo secundário, uma dica: os romanos sempre construíam a castra (acampamento) em uma colina ou monte, de onde podiam observar toda a região ao redor do acampamento, além de monitorar a movimentação de eventuais forças atacantes. Se tratando de Brasil, um país em que a maior parte do clima é Equatorial (Região Norte) e Tropical (Nordeste, Centro-Oeste e parte do Sudeste), árvores podem ser utilizadas para camuflar o abrigo.

  • Terceiro: no local escolhido, existem quais recursos naturais? Existem palmeiras? Plantas frutíferas? PANCs (Plantas Naturalmente Comestíveis)? Igarapé/Riacho para abastecer-se de água? Peixes? Animais para caça? Fique de olho nesse quesito, pois é de vital importância para eventual permanência prolongada no local, onde você precisará abastecer-se constantemente com água e comida.


Abrigo em Situações de Emergência
Caso você tenha se perdido na natureza, montar um abrigo será de fundamental importância, pois para ser encontrado com vida pelas equipes de busca, o abrigo será um… abrigo contra as intempéries que o ambiente irá oferecer!

Conhecer técnicas de sobrevivência, obtenção de comida e água (principalmente este último) além de técnicas de construção de um abrigo, utilizando apenas recursos da natureza, será de importância fundamental para a sua sobrevivência.

Também não precisa necessariamente ser um abrigo construído do zero com os recursos do meio: pode ser parte da fuselagem de um avião, ou o que sobrou de uma embarcação… flexibilidade é a chave em se tratando de sobrevivência (e obtenção de abrigo).


Exemplos de Abrigo

Vou deixar quatro vídeos falando sobre abrigos: um foi feito por mim e fala de aspectos fundamentais da B.O.L; outro é do Celso Cavallini e mostra como fazer um abrigo na Floresta Amazônica; o terceiro será um vídeo do Gasparello falando de como fazer um abrigo de emergência com uma lona; e o último será o Júlio Lobo, do Sobrevivencialismo mostrando como fazer um abrigo de emergência dentro da terra! Assistam, pois vale a pena ver esses vídeos!

O meu vídeo falando sobre B.O.L



Abrigo na Selva, por Celso Cavallini



Gasparello ensinando como fazer uma barraca com lona



Júlio Lobo testando formas de se construir abrigos