terça-feira, 25 de julho de 2017

Cutelaria - Parte 3: Pontas de Lâminas 1



Olá! Graça e paz!

Continuando a série “Cutelaria”, eu apresento á vocês quatro tipos de pontas que encontramos nas lâminas.


Introdução
Por anos de minha vida, achei que faca era “tudo igual” e que qualquer ponta servia para quaisquer atividades a serem desempenhadas. Ledo engano de minha parte!

Os formatos das facas, bem como as pontas das mesmas, as fazem diferenciarem-se não apenas na estética, mas na funcionalidade. Com relação aos formatos, deixo isso para outra oportunidade, porém eu trago para todos vocês, leitores, alguns formatos de pontas bem como para o que servem.


Os Tipos
Esses são os tipos de pontas que apresentaremos nesse artigo:

Drop Point


Exemplo de Drop Point

As lâminas com esse tipo de ponta (drop point) são boas para praticamente todas as demandas que podem existir. É comumente encontrado em facas de sobrevivência, mas também é vista na maioria dos canivetes suíços.

As lâminas do tipo drop point são boas para atividades que envolvam o coureamento e a perfuração de animais. Isso acontece pelo formato da ponta, que favorece uma maior manobrabilidade enquanto a lâmina penetra a carne e os órgãos internos dos animais.


American Tanto Point


Exemplo de American Tanto Point

O American Tanto Point, também chamado de Tanto Point ou Chisel Point (chisel em inglês significa “formão”), essa ponta (por conta do formato) é perfeita para perfuração de objetos duros (como por exemplo kevlar).

Exatamente por causa de sua característica perfurante, lâminas com essa ponta são super indicadas para atividades que envolvam segurança, além de ações militares.


Needle Point

Exemplo de Needle Point

Como o próprio formato sugere, o Needle Point (needle significa “agulha” em inglês) é excelente para perfuração, pois o seu desenho (além de simetria em ambos os gumes) permite um ótimo desempenho nessa função. Porém há um problema nesse formato de ponta de lâmina: por conta da fina espessura, o Needle Point quebra com alguma facilidade após repetidos usos.

A melhor utilidade para uma lâmina tipo Needle Point, é para a auto-defesa, pois facas, canivetes, adagas e punhais com essa ponta, costumam serem péssimas para corte.


Clip Point

Exemplo de Clip Point

O Clip Point (também conhecido aqui no Brasil como “ponta/formato turco”) é praticamente a única ponta encontrada nas famosas (e muito mal faladas) Facas de Sobrevivência, mais conhecidas como “a Faca do Rambo”.

A utilidade dessa ponta de lâmina é simplesmente, para um melhor aproveitamento em atividades de campo (outdoor) onde se exige responsabilidade e seriedade no que se está fazendo, como por exemplo a caça e a sobrevivência no mato (o clip point também é muito bom para cortes de laceração que exijam precisão sem perder a força).


Finalizando
Bom, por enquanto é isso! Apresentei esses quatro primeiros formatos de pontas de lâminas e na continuação desse artigo, irei falar dos outros tipos!

Fiquem com Deus e até mais!


Outros artigos da Série, Cutelaria:

Cutelaria - Uma Introdução

Cutelaria - Parte 1: Tipos de Aço

Cutelaria – Parte 2: Tipos de Lâminas

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Enlatados: Vantagens e Desvantagens



Graça e paz á todos!

Hoje eu venho falar sobre as vantagens e desvantagens dos enlatados.


Histórico e Processos
Os enlatados são fechados em máquinas específicas e próprias para isso. A sua origem remonta as Guerras Napoleônicas, quando o engarrafador de champanhe, o francês Nicholas Appert, criou um modo de conservar comida dentro de uma garrafa de vidro hermeticamente fechada. O processo utilizado por ele era simples: cozinhava os alimentos até certa temperatura para então colocá-la com a água dentro e (o verdadeiro “q” da questão) tampá-la de maneira a não permitir que o ar exterior entrasse. Assim, a comida podia ficar meses (ou mesmo anos) sem estragar. Claro que já existiam os vidros de conservas, mas eles exigiam certos produtos químicos (como o vinagre) que acabam estragando o gosto dos alimentos. Já esse novo processo não, o gosto ficava conservado (ou parcialmente) e não era necessário nenhum tipo de produto químico.

Nicholas Appert, o parisiense que descobriu o processo de conservação de alimentos atuais


Esse aí é o pai dos enlatados: uma garrafa de vidro onde se transportava a comida conservada pelo processo criado por Appert

Até aí tudo bem, mas o que o então imperador da França não contava, era que espiões britânicos roubariam algumas dessas garrafas de conservas e através de um processo que hoje em dia chamaríamos de “engenharia reversa”, conseguissem recriar o processo. Na verdade, os britânicos aperfeiçoaram o processo na pessoa de Peter Durand, um mecânico natural de Londres: ao invés de garrafas de vidro, a comida passou a ser envazada em latas… afinal elas são bem mais resistentes do que garrafas de vidro!

Peter Durand, o "pai" dos enlatados


Hoje em dia, por determinação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os enlatados devem ter uma série de produtos químicos para aumentarem a sua durabilidade e supostamente nos dar mais segurança na hora de consumirmos a comida enlatada, mas essas substâncias causam um terrível mal ao ser humano, principalmente após consumos repetidos… (obrigado pela “proteção”, Anvisa!)


Vantagens
  • Podem ser armazenados por anos sem haver qualquer preocupação com a conservação do alimento. De acordo com o sobrevivencialista Batata (da plataforma de mídias sociais o Guia do Sobrevivente), a data contida nos enlatados não deve ser levada em consideração, pois a validade real é indeterminada.
  • Por ser barata, a comida enlatada pode ser adquirida em grandes quantidades por pessoas de baixo poder aquisitivo.
  • Os enlatados podem ser facilmente encontrados e comprados, pois em geral, são vendidos em: tabernas, mercadinhos e supermercados.
  • Hoje em dia, a variedade de alimentos enlatados é grande. Você certamente encontrará um alimento enlatado que caiba no seu paladar!
  • São bons para serem estocados em uma B.O.L (abrigos secundários, clique aqui se não sabe o que é isso) que se localizam no meio do nada e que não podem ser constantemente visitadas.


Desvantagens
  • São pesados, podendo complicar a sua vida no caso de uma evacuação.
  • São desaconselháveis de se levar em uma mochila de B.O.B (Bug Out Bag) pela razão acima elencada (o peso dos enlatados poderá rasgar a sua mochila de fuga/evasão).
  • A quantidade de sódio é altíssima, o que acarreta em sede imediatamente após o consumo e no longo prazo, em problemas cárdio-vasculares, gástricos e/ou intestinais.
  • Para cada 10 gramas de sódio ingeridos (comida enlatada tem MUITO sódio), são necessários ao menos 1 litro de água para diluir a substância Na (sódio) em nosso organismo.

Recomenda-se para seres humanos, o consumo diário de 5 gramas de sódio por dia.

Vídeo do canal, onde eu mostro as Vantagens e Desvantagens dos Enlatados

Finalizando…
Bom, por enquanto é isso. Esse artigo não visa fazer juízos á respeito dos enlatados, mas sim levantar os pontos positivos e negativos deles. Analise-os e com eles em mente, faça as suas preparações baseadas nos enlatados… ou não!

Graça e paz á todos!

terça-feira, 4 de julho de 2017

O Que É B.O.B?



A Sigla
B.O.B” é a sigla para “Bug Out Bag”, que foi traduzido como “Mochila de Fuga/Evasão”. Certo, B.O.B quer dizer mochila de fuga, mas como aplicar esse conceito? É exatamente a isso que esse artigo se propõe a responder.


Conceito…
Quando uma crise (enchente, furacão, terremoto, desmoronamento de barrancos, invasão de exércitos armados, perseguições governamentais – movidas de vez em sempre por governos de esquerda… –, crise na segurança pública, saques, vandalismo ou algum distúrbio social) chega no local onde você vive, pode ser que se faça necessário sair de sua casa e deslocar-se para outro local (um abrigo comunitário, a casa de um parente ou a sua B.O.L – caso não saiba o que é B.O.L, clique aqui).

A B.O.B se propõe exatamente a isso: é uma mochila onde você colocará os itens mais importantes para a sua subsistência durante esse período de crise. Simplesmente é isso. Eu poderia encerrar o artigo por aqui, mas antes eu preciso desmitificar algumas coisas.


Desmitificando
Primeiro: muitos preparadores, sobrevivencialistas e até bushcrafters, defendem que a B.O.B deve ter suprimentos necessários para até 72 horas; é o famoso “Kit de 72 horas” que por ignorância de alguns, tornou-se a “marca registrada” da B.O.B. Nada pode estar mais equivocado!

O “Kit de 72 horas” tem as suas origens nos kits que militares da aeronáutica norte-americana (US Airforce) possuem em aviões durante as suas ações aéreas e que no caso de a aeronave cair, poderão lançar mão desse kit para manterem-se vivos até serem resgatados. Alguém resolveu pegar esse conceito e transferi-lo para a B.O.B. Além disso, sabe-se que a FEMA (agência norte-americana que lida com desastres) recomenda que os cidadãos norte-americanos tenham provisões para até 72 horas, pois segundo eles, esse é o máximo tempo que as autoridades (daquele país) levam para alcançar os cidadãos em casos de desastres (seja qual for).

Segundo: simplesmente pegaram o conceito do parágrafo anterior e uniram a B.O.B. Mas uma coisa é desassociada da outra. Na minha B.O.B não há um kit de 72 horas, porém há equipamentos que suprem a minha pessoa e mais um acompanhante em caso de eventuais crises onde eu moro: se precisar evadir de onde moro, eu pego a minha mochila de fuga e evado de casa, sabendo que tenho como sobreviver a eventuais crises.

Terceiro: a B.O.B precisa estar sempre pronta (SEMPRE mesmo!) para o uso, com todos os equipamentos funcionais e em condições de efetuarem o trabalho para o qual foram desenhados. Lembre-se de que ela é uma mochila para evasão rápida, caso seja realmente necessário e nesses momentos, falhas NÃO são uma opção.


...e Prática!
Obrigatoriamente, uma B.O.B deve ter ao menos quatro dos seis aspectos da sobrevivência (todos abordados aqui no blog, links no final desse artigo): Comida, Fogo, Água e Orientação. Mas se possível, que tenha os seis aspectos (além dos quatro já citados, temos também a Sinalização e o Abrigo)!

Claro que os aspectos da sobrevivência que serão cobertos pela sua B.O.B dependerá de você e unicamente por você. Eu não pretendo aqui, nesse texto, dizer o que deve ou não ser colocado em uma mochila de fuga. Talvez eu faça isso em um futuro próximo, em um outro artigo, quem sabe…

Graça e paz á todos! Até!


Links da série “Os 6 Aspectos da Sobrevivência”:








segunda-feira, 3 de julho de 2017

Pharmacoós: Crajirú



O Que É O Crajirú?
O crajirú é um arbusto que cresce espontaneamente no bioma amazônico. É muito utilizada pelas populações amazônicas que costumam ter ao menos um pé de crajirú no jardim ou no quintal de suas casas. O seu nome científico é arrebidaea chica Verlot, porém possui muitos nomes populares, á saber: carajurú, capiranga, cipó cruz, cipó cruz da amazônia, grajirú, crajurú, guarajurupiranga, pariri, piranga, calajouru, karajura, krawiru.

A planta possui funções farmacológicas interessantes:

-Anti-Inflamatório
-Bom contra gripe, garganta inflamada e febres
-Bom cicatrizante
-Bom contra cólica
-Bom contra anemia
-Não possui nenhuma contra-indicação conhecida


Como Extrair as Propriedades
O "chá" deve ser feita através de infusão (colocar as folhas em uma panela com água quente e tampar a mesma - mas atenção: a água deve estar quente, mas em hipótese alguma deve estar fervendo no fogo, NÃO ferva, em hipótese alguma!) e deixado em banho por pelo menos uma hora.

Caso tenha dúvidas sobre como fazer a infusão, clique neste link: O Que É O Chá E Como Fazê-lo


Vídeo Apresentação
Caso seja de seu interesse, tenho um vídeo falando sobre o Crajirú no canal:




Para Saber Mais:


Como Preparar Chá de Crajirú https://www.youtube.com/watch?v=wSaaBLgUX2k

Crajirú é uma ótima planta anti-inflamatória https://www.youtube.com/watch?v=e8UI67TeEFY